quarta-feira, 15 de abril de 2009

Confidências

25 Fevereiro 2009

ai... que bom encontrar as tuas palavras ...
que bom te ter assim...
também não deixo de pensar em ti... em mim... sim esta raiva latente...
ai como me consome esta dor que dor que se sente....
nada mais passa do que uma alegria por te ter
sim reflito....
sim estou em profundo silêncio...acredita...
que o que me dizem...eu não quero sequer ouvir...
dei por mim...a tapar os ouvidos de manhã...só para não ouvir o que me diziam...
e perguntaram-me...porque tapas os ouvidos?
e eu respondi....
quando entendi...
quero silêncio...quero silêncio.... para não dizer...
que te queria a ti.

Solidão Acompanhada

Cuspo veneno por estar envenenada,
Cuspo revolta por estar revoltada,
Enveneno o que me envolve,
Por não saber de nada ….
Que momento de verdade,
Que só trás amargura pegada,
Nada sinto senão solidão,
E só esta me trás a mão…
Estou só, onde não estás,
Estou só,
Acompanhas-me na solidão,
E nada trazes se não o que podes,
Estou grata por Deus existir,
Estou grata por tudo sentir.
Vou ao norte tantas vezes,
Pois a bússola nunca mente,
Estou prestes a me perder no encontro que se fez…
Nada temo,
Presa estou a este cativeiro.
Que palavras repetidas Deus!
Que enleio tão banal…
Que vergonha ser de alma tão pequena, …

Fev. 2009














Derrames!

Este é um véu,
Esta canção tão lenta que me envolve,
Que quero ter contigo
….
Pedes, juras, e silencias.
Derrubas, e cortas, com voz que não ouço… falas?
Onde disseste…que não te ouvi….
Ficaste… permaneceste intacto
Nesta face negra onde te encontras,
Mas a luz te tem envolvido,
E não tens sido correspondido,
Aqui estou eu,
Pediste e eu ouvi,
Chamaste e eu apareci,
Não há destino traçado, há encontros marcados.
Este véu incendiou a ilusão que temíamos,
Esta vinda do sul que te trás mar vindo.
Respiro,
Transpiro,
Sangro,
E vivo.

Fev.2009
(Sem título)

Nada para dizer, Tudo para sentir.
Nada para calar, tudo para te entregar.
Meu anjo, meu mundo, minha pele,… um segundo.
Cada traço que vejo do teu rosto cinzento,
Trás-me a luz interna que procuro sem futuro.
Dá-me … não te peço!
Dá-me, imploro-te…. Não tenho essa pressa.
Dá-me, rogo-te … Não me podes dar!
Dá-me, que te exijo …. Não te reprovo!
Que dor silenciosa,
Que sossego emerge,
É a imersão severa das palavras sem terra.
Não posso pousar em parte alguma,
Seria desvendar este ar seguro, …
Segredos me dás,
Certezas eu guardo …
E eu que sou de expandir, … bem sabes,… fá-lo-ei aqui neste traço de papel …
Ninguém lerá …
Ninguém saberá …
Quão triste é a solidão no sentimento …
Mas para isto nasceu a solidão no Universo!

Palavras vãs

Tudo o que escrevo me parece oco,
Tudo em vão,
Tudo sem valor,
Nada do que escrevo é digno de ti,
Nada do que sinto é correcto,
Deveria estar no meu canto,
Pensando em Deus!
Peço, clamo perdão a Ti Deus!
Quanto de mim peca em ti?
Quanto eu peco por pensar Nele?
Que castigo existirá por saber onde o encontrar?
Que tormentas me aguardam por eu ser quem sou?
Palavras…
Escrevo-as umas atrás de outras,
Letra a letra,
Significado lado a lado,
Ganhando formas pecaminosas, …
Serão elas …?
Clamo perdão … rogo, … imploro-te sorte …
O sangue que pulsa, drena a vida que urge, …
Rogo-te perdão que a mente está presa pela culpa, …
Será que o que faço é pecado?
Outrora Ele disse que nada fazíamos de mal …. E não fazíamos de facto …e agora, fazemos?
Apenas falamos,
Trocamos palavras, …
A troca de sentimentos, …
Da sua presença constante em mim?
E da minha presença nele?
E agora …. Onde mora a culpa?
Vou lhe perguntar …. Antes que me censures …
Mas como me pode Deus censurar, se nada de mal faço aos meus olhos,
Estarão assim tão turvos, que na consciência das palavras, não busco esta tortura?

Fevereiro 2009














Escuridão

Na escuridão me perco,
Na dor que desperta,
Por nada sentir …
Por caminho nenhum ir.
Fico triste como a noite…. Fico presa por nada ver.
Estou num buraco sem fundo,
Que tormenta por não te ter.
Não há som, não há ruído que veja,
Escondo este Ser, que não sou, …
Escondo este Ser que transbordou,
Afundo,
Afundo,
Afundo nesta ravina sem sussurros que me animem…
Na escuridão me perco
Não há luz que me desperte,
Enfio a vida neste túnel,
E bem sei que não te tenho,
Vida,
Morte,
Passagem,
Lugar escuro que me leva …
Aiii, suspiro,
Caminho sem regresso,
E afasto-me ….
Não te tenho,
Perco-te pelos dedos,
Que não toco nem vejo …
Aiii, que vazio,
Que escura esta solidão ……
Escuridão que se faz dia,
Escuridão que se faz sol,
Chamo-te em vão num corrupio!
Solidão que te mostras,
A visão da alegria que não se ilumina,
Trás a sombra que me obscurantiza,
Solidão que me irradia.

Março 2009










Amar

é desejar o desejo do outro
é exigir que o outro nos deseje tal como o desejamos a ele
é querer ficar preso de livre vontade
é querer que o outro precise dessa prisão igualmente
é ser livre dentro da possessão
é ser preso dentro da liberdade
é querer viver a dois, mesmo que os desejos da carne peçam loucuras a pares
é ser amigo fiel exigindo as verdades
mesmo aquelas que doem
é saber que se morre se a outra pessoa nos falta
é morrer se a outra pessoa nos deixar de amar
é desejar a liberdade exigindo uma prisão sem fim... é amar profundamente até doer
se não doer...não é sentido
se não for sereno, doença será
é pensar que há equilíbrio no sentimento, quando sabemos que só podemos estar desequilibrados
é saber que se pode tocar sempre que se deseje
mas sentir a falta faz nos lembrar o quanto o queremos
amar... será isso?

Abril 2009
A Confidência

Existe, quer queiramos ou não, um padrão que procuramos,
Que eu pensei que jamais iria existir na minha vida,
Que me servisse ou que parece servir como uma luva,
A nível mental.
Entende o que penso,
A forma como penso,
Como escrevo,
Encontrei uma alma vivida,
Com alma de poeta,
Que me respeita,
Cuja inspiração lhe dou e ele me dá a mim, ….
Para escrever,…
Onde a saudade das suas palavras existem.
Sim! Um Ser!
Um homem!
Tão á margem, … tal como eu.
Embora ele seja adepto da reflexão silenciosa e exponha no papel,
No silêncio que também preciso e procuro no meu canto, encontramo-nos.
União,
Instantânea, …
Só a desejar o bem do outro.
Lugares surgem em mim,
Espaços temporais, espaços físicos culminam e ganham vida dentro do meu Ser,
Onde cada segundo de ausência é temida.
Onde há dor física pelo sentimento que se sente, …
Sentimento sem nome, sem qualificação, sem categorização mundana, … recuso esse rótulo,
Fugimos, os dois entrelaçados nas palavras, a prenunciar aquela …
Que achamos que seja …
Ele disse, e eu sinto que está traçado,
Paralelo,
Onde prevalece um diálogo constante.
O tempo estagnou e o afastamento momentâneo instalou-se, e descubro que ele ….
Ansiava as minhas palavras de novo.
Daí, a revelação do encontro.
Sim!
Daí a importância deste Ser,
Daí a importância que ele me dá, me deposita,
Não duvido,
Estamos com o encontro que não sabíamos que iríamos ter na vida.
Falo pelos dois,
Pois sei hoje que,
Hoje,
Ele e eu, …
Antes não havia nós na minha vida.

Alguém que ansiasse a palavra como eu anseio,
E sente, … é magia.
Tanto quanto eu, pensava que um dia não me iria cruzar,
Pensava que não poderia isso existir,
Não desta forma,
Não com esta fórmula metafísica combinada.
A luta,
A inteligência.
Não fazemos futurologia,
Limitamo-nos a viver o que vivemos,
E a saber que não nos podemos voltar a perder,
E que somos abençoados por nos termos cruzado,
Assim rezou ele.
Quem de fora está,
Não poderá entender.
O que te digo deve soar a ridículo,
Soar tudo a déjá vu.
Não lhe damos esse nome, esse nome que facilmente é reconhecido.
Cada palavra, que nos damos um ao outro, dizemos que é forte,
E não podemos, não nos permitimos dizer essa,
pois ambos duvidamos que isso exista.
Contudo,
Ambos sentimos vontade de ser banais,
Vulgares e dizer “isso”,
Mas graças a Deus,
Contemo-nos,
E não cometemos esse erro.
Esta armadilha fintamo-la …
Ele diz ...que agora...só temos que aguentar.
É algo sublime sim!
Elevado,
Digno,
Poesia pura,
Que ele me faz fazer.
E, ele no seu silêncio faz, sem nada temer.
Tenho andado aflita,
Mas disfarço.

Nada lhe peço,
Não quero mudar a vida.
Nem ele me pede a mim,
E é sério com os compromissos tomados outrora.
Isto foi invasão, foi algo surpresa.
Tenho este facto aceite em mim.
Estou em silêncio,
Somos ambos efectivamente estranhos para o mundo.
E, com ele,
Abri essa estranheza que para mim é banal desde o dia em que o meu raciocínio veio ao mundo,
E, afinal,
Não é que descobri,
Que também ele é assim?
Uma rocha tão próxima de mim.
Sim,
Especial só porque me entende e eu o entendo a ele,
Ele não é um Ser fácil,
É um ser com particularidades,
Só sei,
Que toda a vida,
Procurava o que estava certa não existir,
E por isso...nem procurava.
É o desejo mental,
Que o outro esteja connosco,
Que sorva a letra que damos,
Absorva tudo o que se tem para dizer,
E que também ele tenha esse lançamento.
O depósito aqui está!
Sim!
Tou com tantas saudades dele, ….
Tantas,
Que parece uma doença instalada,
Que invade a cada segundo,
Sinto falta de uma parte de mim!!!
Grito, Grito, Aiii….. se grito e se me ouvem? Como me ouvir? …se Grito em silêncio, …….

Decreto:
Estarei por ele, á sua espera, hoje, amanhã e sempre.
Espera para ler uma palavra dirigida a mim.
Não estou enganada, …
Sei o que sinto.
Reconheço.
Sou lógica,
Emocional,
Explosiva,
E sei que pode existir muito brilho que pareça de ouro, mas que na sua essência é vidro mascarrado a óleo.
Mas não me iludo com a cor do ouro,
Sei ver o que é postiço.
Não é por ter reconhecido uma série de bijutaria até barata ao longo das minhas vivencias, que não as tenho que achar bonitas, e até andar com elas.
Eu posso sentir o coração acelerar,
E, não estar dominada por sentimentos profundos.
Eu posso ter desejos físicos como os tenho ao longo dos anos,
Mas saber que …
É um caso,
Um mero caso,
Um acaso,
Ou o punho de uma amizade,
Ou pouco mais que desejo físico,
Sexo,
Ponto.
E tudo o que tenho vivido,
Posso qualificar assim,
Desejos imperiosos sem impérios,
Porque as pessoas são interessantes, ou faço delas o meu interesse.

Outra coisa,
É dizer:
Sinto a pele agarrada aos ossos,
O sangue se mistura,
A vida não tem inicio nem fim,
Virei a esquina e embati na minha face,
Bati, choquei com os olhos e o nariz,
Em mim mesma!!!
Sim! Em mim!
E reconheci-me, …
Automaticamente.

Fev. 2009
Fernanda Romano Correia

Apresentação desta página

Quem consultar estes textos, deverá saber que são apenas ideias não dogmáticas que são fruto de pensamentos constantes de quem os escreve. Não espero ensinar nada, mas talvez espere aprender com comentários que eventualmente venha a receber dos que vierem parar, quiçá por engano nesta porta aberta onde encontrará palavras, que não soltas, traduzem ideias, pensamentos, sentimentos, emoções, ... de um ser, que tal como outros, reflete nas palavras o que vivencia.
Talvez seja um diário, talvez seja um derrame, talvez seja um vómito mental, talvez seja uma riqueza intelectual, talvez seja algo que nem sonho que seja, mas espero que seja positivo para quem o ler.

Obrigada pela paciencia na leitura, serei sempre grata por haver gente que gosta de me ler.