quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Confidência

Existe, quer queiramos ou não, um padrão que procuramos,
Que eu pensei que jamais iria existir na minha vida,
Que me servisse ou que parece servir como uma luva,
A nível mental.
Entende o que penso,
A forma como penso,
Como escrevo,
Encontrei uma alma vivida,
Com alma de poeta,
Que me respeita,
Cuja inspiração lhe dou e ele me dá a mim, ….
Para escrever,…
Onde a saudade das suas palavras existem.
Sim! Um Ser!
Um homem!
Tão á margem, … tal como eu.
Embora ele seja adepto da reflexão silenciosa e exponha no papel,
No silêncio que também preciso e procuro no meu canto, encontramo-nos.
União,
Instantânea, …
Só a desejar o bem do outro.
Lugares surgem em mim,
Espaços temporais, espaços físicos culminam e ganham vida dentro do meu Ser,
Onde cada segundo de ausência é temida.
Onde há dor física pelo sentimento que se sente, …
Sentimento sem nome, sem qualificação, sem categorização mundana, … recuso esse rótulo,
Fugimos, os dois entrelaçados nas palavras, a prenunciar aquela …
Que achamos que seja …
Ele disse, e eu sinto que está traçado,
Paralelo,
Onde prevalece um diálogo constante.
O tempo estagnou e o afastamento momentâneo instalou-se, e descubro que ele ….
Ansiava as minhas palavras de novo.
Daí, a revelação do encontro.
Sim!
Daí a importância deste Ser,
Daí a importância que ele me dá, me deposita,
Não duvido,
Estamos com o encontro que não sabíamos que iríamos ter na vida.
Falo pelos dois,
Pois sei hoje que,
Hoje,
Ele e eu, …
Antes não havia nós na minha vida.

Alguém que ansiasse a palavra como eu anseio,
E sente, … é magia.
Tanto quanto eu, pensava que um dia não me iria cruzar,
Pensava que não poderia isso existir,
Não desta forma,
Não com esta fórmula metafísica combinada.
A luta,
A inteligência.
Não fazemos futurologia,
Limitamo-nos a viver o que vivemos,
E a saber que não nos podemos voltar a perder,
E que somos abençoados por nos termos cruzado,
Assim rezou ele.
Quem de fora está,
Não poderá entender.
O que te digo deve soar a ridículo,
Soar tudo a déjá vu.
Não lhe damos esse nome, esse nome que facilmente é reconhecido.
Cada palavra, que nos damos um ao outro, dizemos que é forte,
E não podemos, não nos permitimos dizer essa,
pois ambos duvidamos que isso exista.
Contudo,
Ambos sentimos vontade de ser banais,
Vulgares e dizer “isso”,
Mas graças a Deus,
Contemo-nos,
E não cometemos esse erro.
Esta armadilha fintamo-la …
Ele diz ...que agora...só temos que aguentar.
É algo sublime sim!
Elevado,
Digno,
Poesia pura,
Que ele me faz fazer.
E, ele no seu silêncio faz, sem nada temer.
Tenho andado aflita,
Mas disfarço.

Nada lhe peço,
Não quero mudar a vida.
Nem ele me pede a mim,
E é sério com os compromissos tomados outrora.
Isto foi invasão, foi algo surpresa.
Tenho este facto aceite em mim.
Estou em silêncio,
Somos ambos efectivamente estranhos para o mundo.
E, com ele,
Abri essa estranheza que para mim é banal desde o dia em que o meu raciocínio veio ao mundo,
E, afinal,
Não é que descobri,
Que também ele é assim?
Uma rocha tão próxima de mim.
Sim,
Especial só porque me entende e eu o entendo a ele,
Ele não é um Ser fácil,
É um ser com particularidades,
Só sei,
Que toda a vida,
Procurava o que estava certa não existir,
E por isso...nem procurava.
É o desejo mental,
Que o outro esteja connosco,
Que sorva a letra que damos,
Absorva tudo o que se tem para dizer,
E que também ele tenha esse lançamento.
O depósito aqui está!
Sim!
Tou com tantas saudades dele, ….
Tantas,
Que parece uma doença instalada,
Que invade a cada segundo,
Sinto falta de uma parte de mim!!!
Grito, Grito, Aiii….. se grito e se me ouvem? Como me ouvir? …se Grito em silêncio, …….

Decreto:
Estarei por ele, á sua espera, hoje, amanhã e sempre.
Espera para ler uma palavra dirigida a mim.
Não estou enganada, …
Sei o que sinto.
Reconheço.
Sou lógica,
Emocional,
Explosiva,
E sei que pode existir muito brilho que pareça de ouro, mas que na sua essência é vidro mascarrado a óleo.
Mas não me iludo com a cor do ouro,
Sei ver o que é postiço.
Não é por ter reconhecido uma série de bijutaria até barata ao longo das minhas vivencias, que não as tenho que achar bonitas, e até andar com elas.
Eu posso sentir o coração acelerar,
E, não estar dominada por sentimentos profundos.
Eu posso ter desejos físicos como os tenho ao longo dos anos,
Mas saber que …
É um caso,
Um mero caso,
Um acaso,
Ou o punho de uma amizade,
Ou pouco mais que desejo físico,
Sexo,
Ponto.
E tudo o que tenho vivido,
Posso qualificar assim,
Desejos imperiosos sem impérios,
Porque as pessoas são interessantes, ou faço delas o meu interesse.

Outra coisa,
É dizer:
Sinto a pele agarrada aos ossos,
O sangue se mistura,
A vida não tem inicio nem fim,
Virei a esquina e embati na minha face,
Bati, choquei com os olhos e o nariz,
Em mim mesma!!!
Sim! Em mim!
E reconheci-me, …
Automaticamente.

Fev. 2009
Fernanda Romano Correia

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